Foi lançado na internet o projeto
'Brasil: Nunca Mais', que disponibiliza mais de 900 mil páginas de documentos
produzidos durante a ditadura civil-militar.(http://bnmdigital.mpf.mp.br/#!/)
O projeto surgiu em 1979, quando um
grupo de religiosos do Conselho Mundial de Igrejas (CMI) e uma equipe do
escritório de advocacia de Sobral Pinto deram início ao ambicioso trabalho de
obter, junto ao Superior Tribunal Militar (STM), em Brasília, informações e
evidências de violações de direitos humanos praticadas por agentes do Estado. O
objetivo era compilar essa documentação em uma espécie de livro-denúncia.
Com a ditadura ainda estava em
curso, surgiu a preocupação de que o material fosse apreendido pela repressão.
A alternativa encontrada foi microfilmar tudo e enviar a documentação para o
exterior. A reprodução dos 707 processos judiciais consultados totalizou cerca
de 1 milhão de cópias em papel e 543 rolos de microfilmes. Em 2011, os
microfilmes foram oficialmente devolvidos pelo Center for Research Libraries,
de Chicago, e que, logo mais, estarão à disposição de toda a sociedade no site
Brasil: Nunca Mais Digital.
A digitalização tem como mote a
preservação de um valioso acervo que integra o patrimônio histórico e cultural
brasileiro. A manutenção, no Brasil, de todo o material relativo ao Brasil:
Nunca Mais é, também, parte fundamental do processo de afirmação do direito à
verdade, à informação e à memória. Nas palavras da advogada Eny Raimundo
Moreira, responsável pelo pontapé inicial no projeto, “a luta contra o poder é
a luta da memória contra o esquecimento”.
(Fonte: Revista de História da Biblioteca Nacional - Ago/2013)
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