terça-feira, 27 de outubro de 2015

Como calcular a nota do Enem?

A nota do Enem para a prova objetiva (testes) não é dada simplesmente pelo nº de acertos de um candidato, mas por uma metodologia chamada TRI ou Teoria de Resposta ao Item.

De maneira bem simplificada, a TRI leva em consideração os níveis de competências e habilidades necessárias para se resolver cada questão. Explicando melhor, imagine uma prova com cinco questões onde

QUESTÃO 1: MUITO FÁCIL
QUESTÃO 2: FÁCIL
QUESTÃO 3: MÉDIA
QUESTÃO 4: DIFICÍL
QUESTÃO 5: MUITO DIFICÍL

Imagine agora o seguinte desempenho de dois alunos:

Aluno 1: acertou as questões 1 e 2, errou as questões 3 e 4 e acertou a questão 5;
Aluno 2: errou a questão 1, mas acertou todas as outras.

No caso do aluno 1 a metodologia vai considerar que o acerto da questão 5 foi um evento casuístico e vai atribuir um peso menor para ele. Já no caso do aluno 2, o erro da questão 1 será considerado casuístico e também terá um peso menor.
Olhando assim pode parecer uma injustiça e um candidato poderia argumentar que sabia uma questão e que não sabia a outra. Contudo, vamos supor que as questões sejam de matemática e que elas exijam os seguintes conhecimentos ou operações para resolve-las:

QUESTÃO 1: soma
QUESTÃO 2: soma e subtração
QUESTÃO 3: soma, subtração e divisão com três algarismos
QUESTÃO 4: equação do segundo grau
QUESTÃO 5: semelhança de triangulo com logaritmo

Analisando dessa forma, é claro que quem errou somente a questão 1 errou ela de “bobeira”. Também parece lógico que quem errou as questões 3 e 4, mas acertou a 5, o fez no “chute” ou por mero acaso.
Para facilitar a vida dos candidatos a “Folha de São Paulo” lançou um app que calcula a nota do Enem. Quem se interessar, há o link para baixar o aplicativo na página http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/10/1698109-folha-lanca-aplicativo-inedito-que-calcula-nota-do-enem-apos-a-prova.shtml

Caso alguém se interesse em se aprofundar na TRI, separei dois documentos que achei muito interessantes sobre o assunto:



domingo, 25 de outubro de 2015

40 anos da morte de Vladimir Herzog por estupro... por estupro?!?

          Hoje, 25 de outubro de 2015, faz exatamente 40 anos da morte do jornalista Vladimir Herzog que era diretor de jornalismo da TV Cultura. Herzog se apresentou espontaneamente no prédio do DOI-CODI da rua Tomás Carvalhal, no Bairro do Paraíso, em São Paulo, para depor sobre suas supostas ligações com o Partido Comunista Brasileiro.
Disponível em http://vladimirherzog.org/o-instituto/, acesso em, 25 de out de 2015.

          O jornalista foi cruelmente torturado e veio a falecer em função dos ferimentos traumas gerados pelo espancamento. Contudo para se esquivarem das responsabilidades sobre o assassinato, os agentes da tortura armaram um cenário que seria a prova do seu suposto suicídio.
          A fotografia do suposto suicídio circulou nos principais jornais e telejornais do país e só veio a evidenciar a farsa do suicídio. Nela, vemos que a grade onde Herzog foi amarrado é bem mais baixa do que ele, seus pés tocam o chão e ele foi amarrado com o cordão que servia de cinto para o macacão. O problema é que ao dar entrada no cárcere, todos os objetos como cadarços, cintos e cordões são retirados da pessoa.
          A morte de Vlado (era o apelido usado pelos familiares e amigos de Herzog) e a fotografia do seu suposto suicídio vivaram ícones da luta pelo fim da ditadura e marcaram o processo de abertura política do país. O próprio Rabino Henry Sobel, líder da Congregação Israelita Paulista, recusou-se a enterrar Herzog na área dos suicidas do cemitério israelita, numa posição de clara oposição ao governo e à sua versão oficial.
          Mesmo sendo judeu, no dia 31 daquele mês, foi realizado um culto ecumênico na Catedral da Sé, São Paulo, onde reuniu-se milhares de pessoas. Estima-se que somente jornalistas eram mais de 1000 pessoas.
          Somente em 2013 que a família conseguiu na justiça a correção da certidão de óbito em que se substituiu o termo “suicídio” por “lesões e maus tratos” infligidos no “II Exército (DOI-CODI)”.
         Apesar de toda a importância de Vladimir Herzog para a história do país e para o processo de abertura política, no início desse mês, fazendo uma busca rápida na Internet sobre o tema da abertura política encontrei o seguinte:
Disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/Abertura_pol%C3%ADtica, acesso em, 05 de out de 2015 (grifo meu).

          O texto constitui-se não só num absurdo e num enorme desrespeito com Herzog e sua família, mas também numa injustiça e numa vergonha para a história e a memória nacionais.

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Aniversário Antecipado

Hoje o professor Marco Antônio Villa, em seu comentário na rádio JovemPan, antecipou o aniversário de 30 anos da Constituição de 1988. Como estamos ainda em 2015 ela está completando 27 anos.
                Ainda bem que ele cometeu o deslize com a Constituição e não com a esposa dele ou com qualquer outra mulher. Caso ele o tivesse feito, estaria em sérios apuros.
                A gafe está perdoada já que todos sabem que os historiadores não são lá muito bons com contas. Além disso, se o professor Villa pode não ser tão bom assim com contas, ele o é com seus comentários e análises históricas e políticas. Muito para além do curioso equivoco, o comentário vale a pena ser ouvido: https://drive.google.com/file/d/0B1S0d5UUwyNfaHoyME9tN1BOa0E/view?usp=sharing
                Aproveitando a ocasião, posto uma pequena lista de exercícios que tratam de forma direta ou indireta da Constituição de 1988, a “Constituição Cidadã”: https://drive.google.com/file/d/0B1S0d5UUwyNfaThKMDdZcks4QlE/view?usp=sharing
               
Abraço cordial,
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